sábado, 23 de junho de 2007

Assembléia Geral dos Estudantes

segunda-feira, 19h em frente a biblioteca

pauta:negociação, ocupação e greve

Importante!

Assembléia Geral dos Estudantes
segunda-feira, 19h
em frente a biblioteca
pauta:
negociação, ocupação e greve

terça-feira, 12 de junho de 2007

Principais atividades até sexta-feira


*Hoje [terça-feira] – Assémbleias de Curso (procure o seu Centro Acadêmico para saber quando e onde será a do seu curso) - Pauta mínima comum: decretos e a Universidade, problemas específicos do curso e continuação da mobilização.

*Quarta-feira – 19h, Assembléia Geral do Estudantes em frente a biblioteca – Pauta: conjuntura nacional e nossa mobilização.

*Quinta-feira – Grande Ato a partir das 9h na entrada principal, culminando com debate aberto na praça do centro [praça do bancos], por volta das 13h.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Tentativa de contribuição ao nosso movimento

ae galera, aqui é o Harry (2º ano da Geografia - noturno)
...fim de semana na casa da minha mãe e tal, não conseguia parar de pensar nas coisas aqui. Acabei escrevendo esse texto que na verdade é uma visão pessoal minha, mas a idéia é contribuir para o nosso movimento, seria como uma fala em uma plenária, só que escrita de um jeito mais ponposo até (nem gosto muito de escrever nessa linguagem).
Pra q esse texto sirva msm precisamos discutir algumas coisas antes, pq pra mim a validade dele é no sentido de (como já falei) contribuir para solucionarmos o grande impasse em q nos encontramos. Não vou tentar falar desse impasse aqui, isso é objeto pra muita discussão e pra mais textos...

Problemática para o avanço do Movimento Estudantil
I- Três aspectos básicos a serem trabalhados

Este texto é resultado inevitável de um ciclo que começa com experiências e observações, segue com reflexões e interpretações até que uma hora vaza. Pretende-se dar alguma contribuição ao Movimento Estudantil (ME), ajudando no necessário constante avançar deste. Sabe-se que existem inúmeros fatores – formação individual de cada envolvido; o caráter policlassista deste movimento, predominando a classe média pequeno-burguesa, que resulta no tênue posicionamento entre reforma e revolução; as características de cada região onde atua o ME e, por fim, o contexto histórico de forma ampla – que influenciam diretamente nas potencialidades e nas fraquezas do nosso movimento. Identificar estes pontos, questiona-los e trabalha-los de forma a nos fortalecer não é apenas necessário, é também possível, dada a força da vertente intelectual no ME, e urgente.
Desta forma, para trabalharmos devidamente nossas potencialidades e fraquezas é necessária ampla reflexão, levando-se em consideração além dos pontos anteriormente citados, a característica mais singular deste movimento: a rápida renovação de militantes. Vejamos, movimentos sociais como o dos operários, dos sem terra, dos oprimidos por gênero ou por raça, são movimentos em que os militantes podem integra-los durante décadas ou mesmo uma vida toda. Já no ME a militância dificilmente dura mais de cinco anos, na maioria dos casos nem chega a isso, e essa rotatividade em geral acarreta prejuízos, refluxos e um constante recomeçar que inviabilizam projetos mais bem elaborados e a construção de lutas mais consistentes e duradouras.
Para agir contra essa deficiência devemos valorizar a documentação histórica e trabalhar no sentido de evitar lacunas, cuidando para que a formação e participação política estejam sempre presentes, dando o caráter de continuidade às lutas estudantis. Neste sentido nos voltemos num primeiro momento ao avanço do processo já em decorrência, uma vez que garantir vitórias, ao menos pontuais, é de vital importância para a continuidade e o desenvolvimento da movimentação alcançada.
Vamos então pensar o que precisamos para que, do atual estágio, possamos continuar avançando de maneira completa e consistente, evitando ações precipitadas, que apenas geram insegurança para os militantes e incompreensão para os outros – erros recorrentes que nos fazem amargar altos prejuízos. A partir disso, e olhando mais especificamente para o nosso ME, com suas singularidades, pode-se dizer que é preciso avançar em três aspectos: discussão teórica, esclarecimentos a respeito dos objetivos e mobilização. Cada um desses aspectos apresenta sua razão e complexidade:
1-Discussão teórica. Talvez o mais simples de se iniciar em nosso meio (até pela tradição “escolar” que vivemos) dentre os três, porém é extremamente fundamental, isso porque os objetivos podem ser confusos e as mobilizações vazias quando a discussão teórica é superficial. Pode-se acelerar o avanço nesse aspecto criando possibilidades para tal, como palestras, debates, grupos de estudo etc., contudo para que aja um avanço real é preciso que cada indivíduo se disponha voluntariamente a isso;
2-Esclarecimentos a respeito dos objetivos. Este espaço pode ser iniciado com questionamentos como “em que eu espero que isso tudo resulte?”, “o que eu quero para a universidade?”, “devo questionar mais do que apenas a universidade? E qual o projeto social?”. Não esperemos obter respostas para todas essas questões antes de começarmos a mobilização, isso inviabilizaria tudo. O ser humano é mutável e portanto seus objetivos também. Contudo, esclarecimentos são urgentes. Necessitamos saber para qual direção vamos caminhar antes de dar os próximos passos. De fato, essa direção ainda deve variar muito de indivíduo para indivíduo e, justamente para que o grupo possa estar esclarecido e harmônico, devemos discutir esses objetivos;
3-Mobilização. É impossível aqui não falarmos do conceito de práxis. Dessa forma ressaltemos a indissociabilidade entre esse e os outros dois aspectos discutidos. Não nos enganemos imaginando que primeiro deve-se passar anos sentado, apenas lendo, depois formula-se um objetivo a ser perseguido e apenas então começa a luta. Participar de um grande ato político, ter contato com diferentes grupos organizados e com diferentes correntes ideológicas, constituem pontos em comum aos três aspectos, por exemplo. Uma das particularidades da mobilização, que inclusive tende a ser problemática para os iniciantes, é o contato com pessoas que não estavam inseridas (melhor dizendo, não se percebiam inseridas) no processo até então. A diferença entre mobilizar-se e mobilizar o outro é drástica. Para evitar erros e retrocessos deve-se estar atento aos processos mobilizatórios, evitando que estes resultem no seu contrário, ou seja, causem apenas revolta superficial e mal direcionada.

Apontar a necessidade de se avançar nesses três aspectos, para que o ME possa continuar caminhando de maneira completa e consistente – e que esse avanço deve ser constante e conjunto, não privilegiando primeiro um em detrimento dos outros, mas sabendo que são complementares e que há todo um contexto histórico no qual estamos inseridos – é o objetivo primordial desse texto, pois assim acredita-se que possamos nos organizar melhor, facilitando o planejamento e a construção das nossas lutas.
...por favor, critiquem à vontade (inclusive professoras e professores internautas), através de comentários no blog ou pessoalmente mesmo.. abraços.

domingo, 10 de junho de 2007

Liberdade e Democracia na Universidade

Samira Peduti Kahil


Texto preparado para Aula Aberta ministrada aos Alunos do Campus de Rio Claro, a convite da Comissão de Organização do Movimento Estudantil.
23/05/2007. Anfiteatro do IB – Unesp – Rio Claro.


Quando nós professores recebemos um convite para falarmos aos jovens, nosso entusiasmo se renova, isto quer dizer – o desafio de falar aos jovens aguça nossa imaginação, provoca uma agitação do espírito e leva-nos a procura séria e profunda das idéias, das coisas mais importantes, mais contemporâneas que no fundo são as que interessam ao público jovem e a mim mesma. Por isso me sinto jovem!
Nos diz Piaget (1896-1981), que uma característica marcante do pensamento do jovem, qualquer idade tenha ele, é sua capacidade de questionar o real, subverter o real, desenvolver o pensamento abstrato que leva a inteligência do homem para além da superfície das coisas, produzindo teorias sobre o real.
Juventude é aquele momento em que o homem torna-se capaz de dar explicações, de construir modelos, sistemas, conceber o mundo, transformar o real, atividade que exerce mesmo com grande entusiasmo. É assim, que o homem consegue fazer saltar à luz da compreensão a intimidade mais profunda dos fenômenos. É com a teoria que o homem consegue enriquecer, no final das contas, a estrutura do real.
Ou ainda como nos diz Einstein é a “teoria que decide o que podemos observar”.
E o tema proposto para eu falar sobre a Liberdade e Democracia na Universidade – é desses temas que nos permitem aprofundarmos, ampliarmos as discussões sobre o mundo, questionarmos o mundo e esta é uma atitude das mais importantes, isto se, como jovens acreditamos que o mundo possa ser diferente.
Porque não há como escaparmos. De alguma forma irá manifestar-se, no jovem, esse tipo de pensamento questionador do mundo. O jovem é aquele que pensa que o mundo pode ser diferente.
Se reprimirmos a discussão dos jovens sobre a reformulação do mundo ou eles caminham para um processo de constituição de projetos clandestinos de atuação ou simplesmente enchem-se de entorpecentes, real ou simbólico, em protesto contra a resistência à sua participação na reorganização do mundo.
E hoje, a velocidade com que o homem transforma o mundo, exige de nós vitalidade, um esforço revolucionário de nossa própria razão.
Isso porque, a despeito de a multiplicidade cada vez maior das ciências particulares permitir acumularem-se um corpo de fatos e informações espantosamente rico; a despeito de os nossos instrumentos técnicos para observação e experimentação serem imensamente aperfeiçoados - essa riqueza, contudo, não é necessariamente uma riqueza de pensamentos. Assim nos diz Cassirer, um historiador da filosofia alemã que viveu nos inícios do século XX (1874-1945) “continuamos perdidos em uma massa de dados desconexos e desintegrados que parecem carecer de toda unidade conceitual”. (Cassirer, 1994)
Mas, no mais das vezes, subsumidos que estamos à racionalidade técnica e instrumental, com ligeireza nos desfazemos da tarefa de pensar criticamente, isto é, nos recusamos colocarmo-nos diante do que existe a partir de um nível mais alto de abrangência e, por conseguinte, com visão mais totalizadora das coisas, o que permitiria enxergarmos diferentes caminhos e não um só.
O conceito de racionalidade que estamos aqui nos referindo é introduzido por Max Weber para determinar a forma instrumentalizada de agir com a finalidade de tornar mais eficaz a atividade econômica capitalista.
Progressivamente esse padrão de ação instrumental foi invadindo todas as esferas da sociedade e está intimamente ligado à institucionalização do progresso científico e técnico da modernidade.
Como Geógrafos podemos dizer que essa racionalidade técnica, científica, instrumental é também constituinte dos sistemas de objetos que se instalam no território com a finalidade de tornar plena a eficácia das ações – a eficácia do fazer econômico. Esses objetos técnicos são os instrumentos de trabalho que se agregam à natureza, são as firmas, as instituições e também os homens em ação introduzindo uma racionalização técnico-científica no próprio conteúdo do território.
A racionalidade que estamos testemunhando no mundo atual não é apenas social e econômica, ela reside também, no território. (Milton Santos, 1996)
São esses espaços continentes dessa racionalidade sistêmica que se constituem hoje, os espaços das ações hegemônicas que, pela primeira vez na história, orientam, planejam tecnicamente a divisão territorial do trabalho, criando uma hierarquia entre os lugares, redefinindo a capacidade de agir das pessoas, das firmas, das instituições.
De outro lado... também a Ciência, prisioneira da instrumentalidade e do utilitarismo, marcadamente informacional aparece como um complexo de variáveis que comandam esse modo de desenvolvimento do período atual (Santos & Silveira, 2001)
O problema que aqui se coloca é que vivendo num mundo assim tecnicizado, somos conduzidos a crer que também o conhecimento tem de ser produzido como técnica.
Então, há um desdobramento da finalidade do ensino, que é dado como se a técnica – e não a humanidade – fosse o centro do mundo. A dimensão central do ensino é ensinar a ser Homem. O ensino da técnica apenas como uma forma de fazer é um convite à ausência de crítica ao que existe ao nosso entorno. (Milton Santos, out/1998).
Mas o que nos é permitido discutir racionalmente? Regras técnicas, resultados científicos, procedimentos administrativos, enfim saberes operativos que possam ser objetivamente avaliados segundo critérios da maximização da eficácia instrumental?
A recusa de um debate mais geral, a recusa do pensamento filosófico, do pensamento crítico, produz uma conformidade na sociedade. Isso também se deve à distorção do processo de educação.
Da aquiescência sem crítica à ciência que tudo faz sem se perguntar se tais práticas são justas e desejáveis, uma vez que todas as decisões econômicas e políticas passam por soluções técnicas, tem resultado um processo em que a cultura, que queria significar reunião de um povo educado e humanus, abandona o ideal de reflexão, contemplação e autonomia do pensamento para se estabelecer sob os auspícios da mídia que proscreve o esforço intelectual em nome da “facilidade” e o consumo como única forma de felicidade. (Olgária Mattos, 2004).
No curso dessa “tragédia” a racionalidade científica acentuou ainda mais o seu caráter fragmentário, especializado e instrumental, a democracia como esforço conjunto de ações e deliberações – é substituída por lobbies e pelo monopólio das informações disponíveis na mídia – numa democracia de mercado
Intimamente relacionadas essa tecnociência e a mídia – tudo corrobora para que o indivíduo assim por elas e para elas “formado” não tenha pensamento próprio, o que o exime de responsabilidade (indiferença moral), o torna passivo e apático politicamente.
“Nunca uma época esteve tão disposta a suportar tudo e, ao mesmo tempo, achar tudo tão intolerável” (Agamben, 2002)
De um projeto de modernidade centrado no homem, no indivíduo, no cidadão em sua dignidade e liberdade coletivas, a sociedade contemporânea mergulhou na esquizofrenia de um individualismo exacerbado que cultua a eficácia e o sucesso, o pânico e a concórdia, o consumo e o espetáculo, o realismo delirante das imagens desreferenciadas e o presente embaralhado e breve. Isto talvez nos autorize afirmar que vivemos uma situação crítica, uma época pós-dever, sem obrigações ou sanções morais, isto é, uma sociedade “pós-moralista”. Dos espaços públicos onde a razão ética e teórica pôde se constituir em Políticas amplas, encontramo-nos num espaço destituído de razão, de sentido. (Wolff, 2000). Isto talvez nos autorize afirmar que nosso tempo é pós-humanista. Daí o desencantamento com a política!
Assim, perdemos o sentido do nosso estar no mundo. Nos encontramos desorientados porque desamparados racionalmente diante do nosso próprio desejo de agir moralmente.
Mais que nunca é preciso estender o raio de nossas responsabilidades e mais que nunca a reflexão constitui uma obrigação iniludível.
No curso desse desastre a universidade passou da condição de instituição social à condição de organização social.
Ora, uma organização é muito diferente de uma instituição, ou seja, o que está em jogo é uma outra prática social, uma prática regida exatamente pela instrumentalidade.
E o que está por trás dessa instrumentalidade? Atrás desta instrumentalidade está a própria racionalidade que separa a teoria da prática, o pensar do fazer, uma racionalidade que aliena o trabalho e, no fundo, há quem não perceba nessa racionalidade a subserviência e heteronomia a que esta sujeita a própria razão. Racionalidade assim significa operatividade ou funcionalidade. (Chauí: 1998)
Regida por contratos de gestão, avaliada por índices de produtividade, calculada para ser flexível, a universidade operacional, vem se estruturando através estratégias e programas de eficácia organizacional, uma universidade subordinada a imposições do mercado, ou subserviente às leis, às normas e decretos adrede estabelecidos.
Então, a universidade passa a ser definida e estruturada por normas e padrões alheios ao conhecimento e a formação intelectual. Seus docentes e seus estudantes estão submetidos a outras exigências que não o trabalho intelectual. Isto é visível no aumento insano de horas aula, diminuição do tempo para mestrados e doutorados, avaliação pela quantidade de publicações, colóquios e congressos, multiplicação de comissões e relatórios.
Na realidade o que temos na universidade é o rebaixamento da razão à mera racionalidade funcional, operacional, a serviço do processo de valorização do dinheiro.
Talvez, por isso também, encontramos na universidade, nichos estrategicamente delimitados onde se alistam aqueles especialistas sem espírito, que passam a investigar problemas escolhidos em função da possibilidade de serem financiados e não em termos da avaliação que deles faz o próprio cientista. Nichos onde os cientistas passaram a ser vendedores de projetos de pesquisa. Especialistas que produzem conhecimento sob medida para serem financiados pelas agências que encomendam pacotes de conhecimento.
Com todos os seus defeitos, a universidade é, no entanto, o único lugar onde podemos realizar coisas com alguma importância e autonomia. A universidade é uma instituição que por definição cresce negando-se, cresce questionando-se a si mesma.
Essa possibilidade de realização, de orientar e dinamizar o entorno acadêmico existe, ainda que os acontecimentos, os decretos e a política deste governo estadual possam desanimar, ainda haja professores ou estudantes que não queiram participar das atividades políticas cotidianas. Outro motivo da falta de dinamismo e de idéias vem exatamente porque as discussões são repetitivas e puramente técnicas. Seria interessante contabilizar quantas vezes as comissões se reúnem para discutir a melhor maneira de uso, ou a melhor máquina para determinado trabalho.
Os próprios trabalhos acadêmicos são, via de regra um trabalho técnico. Por exemplo, nas teses a reflexão é freqüentemente expulsa ou considerada desnecessária, quando não, ridicularizada.
Normalmente nesses trabalhos se acumulam quilos de documentos, mas que servem apenas para fazer vinte páginas recontando fatos. Há que encontrarmos idéias, mas a gente pouco lê. Da universidade ao parlamento, da imprensa às organizações políticas, a leitura deixou de ser referência, pois esse tempo necessário para leitura não se circunscreve na contratação do tempo do mercado, do consumo. E não temos tempo para ler..... exatamente porque estamos ocupados em coletar informações.
Cada vez mais cresce a tendência a tecnicização da ciência e a gente fala de uma coisa como se essa coisa não estivesse envolta pelo mundo. Esse... me parece um traço dominante da vida acadêmica cujo resultado é que já não se produzem mais grandes obras. É muito raro que apareça uma grande obra produzida a partir da atividade propriamente acadêmica.
Estará realmente o homem de ciência obrigado a suportar este pesadelo? Terá definitivamente passado o tempo em que sua liberdade íntima, seu pensamento independente, autônomo e suas pesquisas podiam iluminar e enriquecer a vida dos homens?
Se o cientista contemporâneo encontrar tempo e coragem para julgar a situação com responsabilidade por sua casa - a universidade, encarando-a como instituição social inseparável das idéias de formação e criação, e se preocupar realmente em dar significado à sua atividade, como valor com que o homem enriquece seu patrimônio existencial, então as perspectivas de uma solução para a situação em que nos encontramos, aparecerão profunda e radicalmente transformadas.
Este é o desafio que temos que enfrentar se estamos nos mobilizando para garantir o direito à liberdade e à sociabilidade, sociabilidade que somente a Universidade, como instituição pública, pode consolidar. A diferença é que as instituições privadas são empresas, organizações e, que por sua natureza, não criam sociabilidade. Acrescente-se que as mega-empresas monopolistas - que dominam a economia mundial, forçando os Estados nacionais a adotar suas políticas – aquelas políticas fundadas na idéia de que o desenvolvimento do país depende da privatização das empresas públicas como condição para o crescimento e competitividade no mercado máximo – essa mesma política privatística do capitalismo neoliberal que retiram autonomia política dos lugares, enfraquecendo assim as possibilidades de se constituir nos lugares uma sociabilidade forte, capaz de barrar, através dos direitos sociais, civis e políticos, a dissolução do tecido social. A indiferença e a descrença em instituições públicas resultam na perda da “dignidade da política”, o que abre espaço para as diversas formas de totalitarismos.
A democratização do país, que está ainda por ser inventada, não depende dos vícios ou virtudes dos nossos governantes, mas da qualidade de nossas instituições públicas.
Assim, a despeito da situação crítica do sistema educacional brasileiro e diante das condições atuais, quando o trabalho intelectual genuíno se encontra ameaçado de extinção, o imperativo da informação banalizada subordina o pensamento às lógicas do mercado e, o saber técnico e as especializações têm preponderância sobre o saber social e filosófico, é indispensável estarmos ainda mais preparados intelectualmente para romper a rigidez dos currículos e práticas de ensino e pesquisa, para resistir e subvertermos essa ordem fundada numa razão instrumental cujos fins são apenas aqueles que interessam à economia e à política de alguns, em detrimento da maior maioria.
Por isso apóio veementemente este movimento que os estudantes corajosamente iniciaram.
O movimento dos estudantes é um movimento em defesa da universidade pública e eu sou inteiramente à favor! E desta vez, há toda uma preocupação cultural... entendendo aqui cultura como a quintessencia (o mais alto grau) da cidadania democrática em que a sociedade na continuidade de gerações constituem sociedades espiritualmente resistentes na defesa, manutenção, criação de direitos e desmontagem de privilégios.
Por isso acredito no movimento... porque agora o que buscamos não são privilégios mas a garantia de uma educação pública, republicana e democrática – porque parece que descobrimos que a “imaturidade” política que grassa em nosso país, não se deve apenas à exploração econômica a que estamos sujeitos, mas à evidente exclusão cultural à que esta sujeita a sociedade brasileira, via a total perversão das instituições democráticas.
Assim todo nosso empenho como professor, pesquisador e estudantes, deve buscar uma reflexão que esteja à altura dos problemas que a humanidade levanta hoje, diante da situação paradoxal em que se nos encontramos no mundo: de um lado, um mundo de fabulações que se impõe aos espíritos para consagrar um discurso único, fundado no totalitarismo da informação, no culto à velocidade e alicerçado na produção de imagens a serviço do dinheiro, do mercado, dinamizado pelo desejo; de outro lado um mundo perverso onde se generalizam, em todos os continentes a pobreza, o desemprego, o desabrigo e a fome. (Milton Santos: 2000)
Estudar, pesquisar, pensar não é uma tarefa fácil.
É preciso reflexão, imaginação se quisermos com nosso trabalho, apresentarmos idéias com força política – se quisermos nos manter corajosamente jovens, jovens capazes de questionar e mudar o mundo.
Por isso meus caros... coragem! É preciso coragem para exercermos nossos direitos políticos, é preciso coragem para pensar, assim como é preciso ter coragem para lutar ou sofrer... porque ninguém pode pensar em nosso lugar – nem lutar ou sofrer em nosso lugar.

Carta aberta à sociedade - Franca

Gostaríamos, através dessa carta, esclarecer melhor à sociedade os motivos que nos levaram a ocupar a sala da vice-diretoria na Unesp Franca.
Nosso campus possui 72 pontos de risco de desabamento e incêndio, faltam professores em várias matérias e praticamente não há democracia dentro do espaço acadêmico. Como se não bastassem, muitos colegas são obrigados a abandonarem o curso por falta de assistência e moradia estudantil.
Para piorar a situação, o governador Serra, no primeiro dia de seu mandato, lançou mão de alguns decretos (inconstitucionais por sinal) que acabam com a já pouca autonomia da universidade pública e sinalizam uma intensificação do processo de privatização do ensino público paulista.
Nesse sentido, nós, estudantes da Unesp Franca, decidimos não mais aceitar calados os ataques dos diretores, reitores e do governo. Sabemos que não estamos sós, muitas unidades da unesp estão em greve. Na Usp a ocupação da reitoria e a greve permanecem. Na Unicamp também há greve. As mobilizações não se concentram apenas no Estado de São Paulo, cerca de 34 universidades federais estão em greve e há ocupações de reitorias no Rio Grande do Sul e em universidades do Nordeste.
Mas é importante dizer que, ao contrário do que a mídia coloca, não estamos mobilizados apenas contra os decretos ou por nossas pautas especificas. Estamos lutando também para que todos tenham acesso à universidade pública. Não queremos que as universidades públicas pesquisem apenas em favor de “meia dúzia de grandes empresários” e sim que coloque todo o conhecimento produzido para beneficiar os trabalhadores e o povo pobre. Também estamos empenhados em barrar todo tipo de reforma que visa retirar os direitos dos trabalhadores.
Por fim pedimos o apoio de toda a população nessa luta por uma educação pública, de qualidade e para todos.


Movimento Estudantil de Ocupação - Unesp Franca

RESOLUÇÕES DA PLENÁRIA DOS ESTUDANTES DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS DE SP

(Realizada em 06/06/07 na Reitoria Ocupada da USP)

- Pauta unificada da greve estadual aprovada por consenso (cinco pontos): revogação dos decretos; mais verbas; contratações; moradias estudantis; não às punições;
- Luta pelas diretas para reitor e outros cargos, sem vinculação à titulação (por consenso);
- Comando estadual de greve aberto e por votação dos delegados e não por consenso. O comando será eleito nas assembléias;
- Delegados na proporção de 1 para 50 em cada assembléia(com fração de 30);
- 1a. reunião do Comando: dia 15 de junho, 10 da manhã, na reitoria da USP (com rotatividade: as seguintes deverão ser em cidades do interior ou em outros locais da capital);
- Como parte do calendário de lutas, participação em bloco na parada GLBTT, 10 de junho, com uma faixa da USP, UNESP e UNICAMP em greve, onde esteja escrito "Contra toda as formas de opressão";
- Ato unificado com o funcionalismo público estadual (APEOESP, saúde, etc.) no dia 15 de junho (indicativo de passeata até a Secretaria de Ensino Superior, no centro);
- Semana de ocupações de 18 a 22 de junho;
- Participação na Plenária Nacional dos estudantes no dia 16 de junho, que será realizada na reitoria ocupada da USP;
- Incorporação da Parada Cultural da UNICAMP (13/06) ao calendário;
- Campanha com o seguinte slogan: "A UNE não fala em nome dos estudantes em luta";
- Aprovação de uma nota à sociedade sobre a greve e as ocupações.

sábado, 9 de junho de 2007

DECLARAÇÃO A SOCIEDADE

O decreto declaratório representa um recuo do governo em relação aos ataques desferidos no início do ano e é fruto direto da força de nossa mobilização. No entanto, ainda são mantidos ataques fundamentais.
Tais ataques se materializam na manutenção da secretaria de ensino superior, com Pinotti como representante dos empresários da educação a frente para implementar um projeto educacional que fragmenta ensino, pesquisa e extensão para colocar a produção de conhecimento ainda mais a serviço do capital privado.
Por isso, seguimos lutando pela revogação completa e imediata dos decretos, o fim da secretaria de ensino superior e a saída de Pinotti. Isto, não para defender a Universidade elitista como ela é, mas por mais verbas para a educação para garantir Educação Pública, gratuita e de qualidade para todos. Por isso, convidamos estudantes, trabalhadores e o povo pobre de todo o país a se somar a esta luta.

Estudantes da USP, UNESP/FATEC e UNICAMP
Aprovado por unanimidade no Encontro Estadual de Públicas

quinta-feira, 7 de junho de 2007

terça-feira, 5 de junho de 2007

Encontro das Estaduais paulistas!

Os espaços foram ocupados, montaram-se as barricadas e
o movimento estudantil findou o tempo da inércia.
"O que queremos, de fato, é que as idéias voltem a ser
perigosas".

A partir da ocupação da reitoria da USP, ocorreram levantes
não só no Estado de São Paulo, mas em todo o país, com um
mesmo objetivo: a defesa da universidade pública, de
qualidade, gratuita, para tod@s.


III ENCONTRO ESTADUAL DAS
UNIVERSIDADES PÚBLICAS
PAULISTAS
"USP, UNESP, FATEC e UNICAMP. NA LUTA PROFESSOR,
FUNCIONÁRIO E ESTUDANTE"


Somente a unidade entre professores, funcionários e
estudantes combaterá os ataques do neoliberalismo. A criação
de uma pauta unificada e de mobilizações conjuntas são
fundamentais para impulsionar um debate sobre a universidade
democrática e autônoma que queremos.
Venham tod@s construir uma educação crítica e
revolucionária!


INSCRIÇÃO: R$5,00 (café + almoço + lanche) + 1kg
de alimento não perecível para ocupação da reitoria
da USP(facultativo)
P r o g r a m a ç ã o :
:: 07:30h :: Caf e Abertura Cultura é
:: 09h :: GD Conjunturas: Nacional e Estadual
:: 11h :: ALMOÇO
:: 12:30h :: GD Universidade: Pautas, Decretos e Reforma
Universitaria
:: 14:30h :: Mome nto relax
:: 15h :: GD de Organização: Greve, Ocupação e Plenaria Nacional
Nacional
:: 16:30h :: LANCHE
:: 17:30h :: PLENÁRIA FINAL
Tragam pratos , talheres e canecas.

IDA DE PESSOAS DE RIO CLARO???

(16)81 395421